sábado, junho 17, 2006


Shaking hands is the new kiss

Comprei uma revista cor-de-rosa chamada Sábado. Tem um artigo sobre a moda Verão 2006 para bem estar e bem dizer segundo o jet set português, curiosamente também referido como alta sociedade.

Do que me lembro, não se pode dizer mala, mas sim carteira; fica bem; continuação de boa tarde; o que é o comer; fulano ou fulana; esposa ou esposo; pá (especialmente grave se dito por mulheres) e ok.

Daqui só uso "fulano", mas vou já remediar o defeito pois a pantominice jactante deixa-me imbuída de espírito de missão. Meia dúzia de mentecaptos organizadores de eventos e de galináceas broncas que nem pneus a decretar o que se deve dizer ou fazer não parece grave, mas a parlapatice pega-se e tais bizarrias entram no usuário comum, adoptadas por rebanhos de tontos que querem parecer bem.

Lembram-se de, há uns anos, uma perua qualquer anunciar que não se podia usar a lindíssima palavra prenda, tinha de ser presente? Pois nunca mais consegui dizer presente, aliás insisto em responder a qualquer chamada com um sonoro prenda! O que até já me provocou dissabores, mas não sou mulher de hesitar em fazer um sacrifício pessoal na luta por uma boa causa. Exemplo melhor ainda é aquela coisa possidónia do beijo único. Fulano ou fulana que me fuja com a face ao segundo ósculo leva à despedida com um aperto de mão para ver se gosta de ficar de cara à banda e ainda apanha com o discurso "como já vi que é de modas, não hesito em lhe impor a última... shaking hands is the new kiss."

Bom e agora vou ali perguntar ao meu esposo o que é o comer, que o fulano está atrasado com o jantar porque me foi comprar uma prenda: uma mala de mão. Fiquem bem, ok? Continuação de boa tarde e prontos, pá.